Publicações sobre publicações

Publicações sobre publicações

Um sistema não seria completo sem um esforço de catalogação, discussão crítica e, por que não dizer, validação. Sem sombra de dúvida a primeira parte do sistema que temos hoje em torno dos fotolivros surgiu do interesse de pesquisadores ou colecionadores, que lançaram as primeiras bases de sistematização e pesquisa histórica, e foi especialmente sob a forma impressa que esse pensamento se estruturou.

Pouca coisa se escreveu sobre o fotolivro até o início deste século. Tivemos a edição da revista francesa Cahiers de la photographie 6 que dedicou, em 1982, um número especial sobre o tema, com o sugestivo título de Os espaços fotográficos, o livro. Sintomático do interesse pelo livro como veículo de circulação da fotografia, essa edição antecede a edição de Os espaços fotográficos, a galeria, publicada na sequência. Nos Estados Unidos, Alex Sweetman[1] foi um dos pioneiros nessa mesma década a estudar as publicações fotográficas.

Nos últimos anos, houve um esforço crescente de revisitar a história da fotografia a partir das publicações. Surgiram, em diferentes regiões, publicações que trouxeram visibilidade a um legado fotográfico ainda mal estudado ou claramente esquecido. Um dos primeiros esforços nesse sentido foi empreendido pela acadêmica norte-americana Carol Armstrong, que pesquisou os livros britânicos produzidos nos primeiros anos do surgimento dos processos fotográficos, no século XIX. Esse trabalho cuidadoso reunido no livro Scenes in a Library: Reading the Photograph in the Book, 1843-1875[2], publicado em 1998, não teve maiores desdobramentos no mundo acadêmico pelo menos até a década seguinte.

Um ano depois, o pesquisador espanhol Horácio Fernandez apresentou, sob forma de exposição no Museu Reina Sofía de Madrid, sua visão da história da fotografia por meio de impressos. A exposição Fotografia Publica: Photography in Print 1919-1939[3], de 1999, ocorreu no momento em que a fotografia adquiria um status inédito no sistema da arte. Ela era apresentada desde os anos 1980 em grande formato, ocupando um espaço expositivo que sempre foi o da pintura, formato que se tornou conhecido como forme tableau, expressão cunhada pelo historiador e crítico francês Jean-François Chevrier. Este termo proclamava a primazia da exposição como canal de difusão, designando fotografias concebidas sobretudo para a parede[4]. Horácio, ao contrário, recorreu à fotografia veiculada em anuários, fotolivros, jornais, cartazes ou anúncios. Um tipo de imagem fotográfica produzida no início da formação de uma cultura visual verdadeiramente de massa e em grande medida esquecida pela historiografia oficial e distante da fotografia que se via nos museus e galerias.

Scenes in a Library: Reading the Photograph in the Book, 1843-1875, Carol Armstrong, MIT Press,1998

Fotografia Publica: Photography in Print 1919-1939, Horacio Fernández (org.), Aldeasa e Museo Reina Sofía, 1999

Na mesma época, o colecionador e galerista Andrew Roth se associou a Glenn Horowitz e abriu um espaço em Nova York dedicado à exposição de livros fotográficos, fotografias vintages e contemporâneas. Sua primeira exposição reuniu fotografias e livros de Ed Ruscha e Robert Adams. Dois anos depois, selecionou livros fotográficos de sua coleção, organizou uma exposição e publicou um dos primeiros livros a sistematizar a produção de fotolivros do século XX: The Book of 101 Books: Seminal Photographic Books of the Twentieth Century[5]. A publicação conheceu um enorme sucesso, sua primeira edição de 5 mil cópias se esgotou, um feito para uma obra repleta de ensaios acadêmicos. Assim como sua edição especial de quinhentos exemplares e a de luxo de 101 cópias, assinadas. O livro é dividido entre imagens e sinopses dos 101 livros que o título faz referência e seis ensaios sobre o livro fotográfico. A historiadora de arte Shelley Rice, em When Objects Dream, analisa a história da fotografia do século XX a partir do livro, e Daido Moriyama descreve, em Reflections, a construção de seu livro Bye, Bye Photography, Dear (1972). Interessante notar que Roth estabelece claramente uma distinção entre a terminologia photographic books e photographic book-works, esta última utilizada para as obras de artistas, sobretudo conceituais, que se serviam da fotografia mas não eram considerados fotógrafos. Alguns meses antes da mostra 101… ele organizou 70s Photographic Book-Works, com publicações de artistas como Christian Boltanski e Hans-Peter Feldmann. Essa nomenclatura, ou pelo menos photobookworks, não era nova e fora longamente teorizada pelo já citado pesquisador Alex Sweetman ao longo da década de 1980.

The book of 101 books: Seminal Photographic Books of the Twentieth Century, Andrew Roth (org.), PPP Editions,2001

Poucos anos depois, o mesmo Roth irá colaborar com a exposição The Open Book: a History of the Photographic Book From 1878 to the Present[6], organizada pelo Hasselblad Center em Göteborg, em 2004 na Suécia. O catálogo pode ser entendido como um desdobramento de sua publicação anterior, com a diferença que, neste, os 172 livros foram selecionados por um júri de aficcionados que reuniu, entre outros, o próprio Roth, os curadores Ute Eskildsen e Hasse Persson e o editor Gerhard Steidl, que coeditou o catálogo. A exposição seguiu no ano seguinte para o International Center of Photography (ICP) de Nova York.

The Open Book: a History of the Photographic Book From 1878 to the Present, Andrew Roth (editor), Hasselblad Center, 2004

O fotógrafo e colecionador Martin Parr visitou a exposição organizada por H. Fernández em 1999 e logo depois iniciou a organização, com o crítico Gerry Badger, do primeiro volume da trilogia The Photobook: A History, (2004, 2006 e 2014)[7]. Essas publicações rapidamente se tornaram uma referência inquestionável e são consideradas um divisor de águas no interesse pelas publicações fotográficas. Antologias desse tipo certamente contêm lacunas, mas entregam o que prometem: “uma” história.

The Photobook: A History, vol. I (2004), Gerry Badger e Martin Parr, Phaidon

The Photobook: A History, vol. II (2006), Gerry Badger e Martin Parr, Phaidon

The Photobook: A History, vol. III (2014), Gerry Badger e Martin Parr, Phaidon

Enquanto Roth definia essas publicações como photographic books, Parr e Badger preferiram o termo photobook, que acabou se consolidando, com toda a limitação que um termo tão preciso encontra para definir uma categoria tão ampla. Como assinala o pesquisador britânico David Campany: prefiro sentir falta daqueles dias anteriores ao termo duvidoso “photobook” ter se tornando tão difundido. Não é uma palavra inocente. Foi bem recebido e adotado a fim de impor algum tipo de unidade onde simplesmente não havia e talvez não devesse haver[8].

O fato é que o termo se impôs e serviu de referência para outras publicações que vieram na sequência, claramente inspiradas nas obras anteriores de Parr & Badger, como o Fotolivros latino-americanos, organizado por Horácio Fernandez em 2011[9]. Esta publicação começou a ser pensada durante o Fórum Latino-Americano de Fotografia, no Instituto Cultural Itaú/SP, em 2007. Entre os colaboradores, estão o próprio Parr, o brasileiro Iatã Cannabrava, o argentino Marcelo Brodsky, entre outros. Pela primeira vez, os livros latino-americanos foram reunidos, catalogados e separados por temas, em português pela CosacNaify e em espanhol pela Editorial RM.

Fotolivros latinoa-americanos, Horácio Fernandez (org.), Cosac Naify, 2011

Swiss Photobooks from 1927 to the Present, Peter Pfrunder, Fotostiftung Schweiz , Martin Gasser e Sabine Munzenmaier (editores), Lars Müller Publishers, 2011

The Dutch Photobook, Frits Gierstberg & Rik Suermondt (editores), Aperture Foundation, 2012

The Japanese Photobook, 1912-1980, Manfred Heiting (editor), Steild, 2017

Sinal dos tempos, foi publicado ainda em 2011 um livro para ensinar a produzir fotolivros, no melhor estilo faça você mesmo, o título é autoexplicativo: Publish Your Photography Book, de Darius D. Himes e Mary Virginia Swanson[10]. Por meio de exemplos de livros fotográficos de autores conhecidos, a obra promete conduzir os novos autores ao longo do processo de publicação, do conceito à produção, marketing e vendas, apontando os vários caminhos a seguir e as armadilhas para evitar. Os livros sobre livros fotográficos não só revelavam as publicações a que deveríamos prestar atenção, mas ensinavam também a produzi-los.

Publish Your Photography Book, Darius D. Himes and Mary Virginia Swanson, Princeton Architectural Press, 2011.

Após um primeiro momento de catalogação, o campo acadêmico passa também a se interessar pelos fotolivros, construindo assim um arcabouço teórico inédito para esse tipo de publicação. Em 2012, foi publicado The Photobook: From Talbot to Ruscha and Beyond, organizado pelos acadêmicos britânicos Patrizia di Bello, Colette Wilson & Hamoon Zamir[11]. A publicação reúne artigos que fazem uma reflexão sobre livros fotográficos desde o início da fotografia até os anos 1960. Se falta um fio condutor entre os artigos, sobra em profundidade. A obra traz inclusive um ensaio de Colette Wilson sobre Alexandrie l’Égyptienne, livro do fotógrafo brasileiro baseado em Paris, Carlos Freire.

No mesmo ano, uma obra pouco conhecida e ainda mais especializada reuniu as publicações fotográficas franceses produzidas entre a década de 1920 e 1950. O ponto de partida foram os livros produzidos sobre a cidade de Paris ou pelos fotógrafos e editores nela estabelecidos. A obra, porém, vai além, traçando um panorama abrangente da produção francesa do entre guerras. Ela mostra, para quem ainda tem dúvida, que os livros fotográficos podem contar muito bem a história da própria fotografia. No melhor estilo catálogo, podemos encontrar não só os livros, mas também periódicos e publicações publicitárias. Organizada em ordem cronológica, a primeira parte demonstra de maneira inequívoca a importância das publicações para os movimentos vanguardistas da década de 1920/30, sobretudo o surrealismo, especialidade do autor. Notas técnicas exaustivas e pesquisa iconográfica impecável, além de um índice biográfico ao final, mostram que é possível construir uma obra de referência que não se limita a indicar canônes, mas que participa na construção do entendimento mais amplo do próprio meio fotográfico, do ponto de vista estético e histórico[12].

The Photobook: From Talbot to Ruscha and Beyond, organizado por Patrizia di Bello, Colette Wilson & Hamoon Zamir, I. B. Tauris & Company, 2012

Paris, les livres de photographie des années 20 aux années 50, Christian Bouqueret, Grund, 2012

O catálogo da megaexposição Fenómeno Fotolibro exibida em 2017 no Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB) e na Fundação Foto Coletânea, ambos em Barcelona, é uma restituição da mostra e uma celebração do fotolivro[13]. A obra prima pela diversidade da abordagem dos sete curadores. Organizada em fascículos, de acordo com cada um dos eixos curatoriais, ela reúne imagens dos livros expostos e textos dos curadores. Cinco aspectos dos fotolivros japoneses, organizado pelo curador e colecionador de fotolivros Ryuichi Kaneko, é o único eixo geográfico.

Fascinações e fracassos, do holandês Erik Kessels, faz uma ode à fotografia vernacular, sem intenção artística, e aos erros que lhe acompanham, colocando a questão do tipo de imagem que pode ou não adentrar nos museus. Horacio Fernández, em A biblioteca é o museu, analisa as bibliotecas dos fotógrafos Gabriel Cualladó, Henri Cartier-Bresson e Manuel Álvarez Bravo, e confirma que as bibliotecas são os retratos de seus proprietários, sua melhor biografia cultural. E também são os melhores museus possíveis da obra dos fotógrafos[14].

Fenómeno Fotolibro, RM, 2017

Talvez não tenha sido coincidência que grande parte do sistema que se formou em torno do fotolivro tenha surgido após as publicações de Roth e de Badger & Parr, elas obtiveram um impacto que as primeiras publicações acadêmicas não haviam conseguido. Essas antologias sistematizaram e ao mesmo tempo despertaram a atenção para uma produção que estava dispersa e, em muitos casos, esquecida, e para o valor que o livro fotográfico poderia ter como objeto colecionável e parte integrante e autônoma da linguagem fotográfica. Não por acaso, essas compilações foram concebidas por colecionadores de fotolivros a partir de seus próprios acervos; nesse sentido, são ao mesmo tempo estudo e validação. Pode-se dizer que participaram, pela primeira vez, na criação de cânones nesse segmento, referência para colecionadores, curadores e aficionados, e praticamente definiram uma categoria. O que não é sem questionamentos, como pontua o já citado Campany em outro artigo:

Prefiro muito mais quando Parr & Badger estão sendo franco-atiradores, em vez de estritamente canônicos. Congratulo-me com a imprevisibilidade de suas escolhas, até porque isso mantém a própria ideia de uma história oficial viva e à disposição. Também zomba dos colecionadores escravos e preguiçosos que usam esses três volumes como uma espécie de guia de compra do conhecedor. É com eles a piada.[15]

Banco de dados/arquivos

Sintomáticas do estabelecimento de um sistema em torno dos livros fotográficos são as iniciativas que pretendem inventariar, catalogar e classificar essa produção. É o caso da criação de um banco de dados e catalogação pela divisão de Depósito Legal na Biblioteca Nacional. Projeto, iniciado em 2019, de captação de livros fotográficos e livros de artista para a Coleção Memória Nacional. As obras estão disponíveis para consulta no setor de Iconografia e as informações armazenadas na base de dados.

Outra iniciativa pioneira é a empreendida pelo fotógrafo e pesquisador Leonardo Wen: a Base de Dados de Livros de Fotografia (BDLF), que tem por objetivo inventariar a produção editorial nacional de publicações fotográficas, incluindo, mas não só, o fotolivro. Iniciado em 2018, teve sua consolidação em 2020, com as coleções das publicações fotográficas contemporâneas (2010-2021) e as referentes às áreas de história, crítica e teoria da fotografia. Importante notar a disposição de catalogar também a produção editorial independente, incluindo as autopublicações e as editoras menores. Como se não bastasse esse esforço inédito, a base ainda se propõe a refletir sobre o livro fotográfico graças à publicação de artigos de pesquisadores de diferentes campos, formando assim uma base de dados também crítica em torno das publicações fotográficas. No texto que inaugura a seção de artigos do site, publicado em abril de 2020, Leonardo Wen e Renata Barale[16] oferecem uma primeira abordagem para estruturar e classificar os diversos tipos de publicações fotográficas, tomando o necessário cuidado de alertar que consideram a tipologia proposta como um processo em curso e, sendo assim, tal classificação estará necessariamente sujeita a novos estudos, revisões e atualizações futuras. Os artigos que se seguem, publicados sobretudo ao longo de 2020, configuram provavelmente a primeira empreitada de fôlego de análise crítica dos livros fotográficos reunidos em um mesmo espaço e de forma periódica. Artigos aprofundados, produzidos por acadêmicos e críticos, mas que têm o grande mérito de dialogar com um público mais amplo.

Referências

No Brasil, a discussão em torno do fotolivro se instalou, de um lado, pela análise crítica das obras e sua catalogação, e de outro pela discussão sobre o próprio campo de estudo do fotolivro, começando por sua nomenclatura. Organizo abaixo, sob a forma de #, alguns tópicos e referências, evidentemente não exaustivos.

# fotolivro como legado

No primeiro semestre de 2019, a Biblioteca de Fotografia do IMS/SP organizou um Grupo de Estudos de fotolivros coordenado pelo seu curador Miguel Del Castillo e mediado pelo fotógrafo e designer gráfico Fábio Messias. Reunindo também referências internacionais, os encontros traçaram o legado do fotolivro brasileiro desde a década de 1970, começando por Amazônia, de Claudia Andujar e George Love, até nossos dias. Os encontros não se limitaram a elencar os fotolivros incontornáveis, na verdade eles são apenas o ponto de partida para discutir suas formas de criação e produção e seu legado para a história dos livros fotográficos e da própria fotografia. Os organizadores generosamente disponibilizaram o conteúdo desses encontros, que se tornam parte da reflexão do fotolivro brasileira.

https://www.dropbox.com/s/2wq6a1aquussfd8/GEF-IMS_1_FabioMessias.pdf?dl=0

# fotolivro e os estudos acadêmicos

Destaco quatro trabalhos acadêmicos recentes que investigam o fotolivro, sob ângulos distintos: Ana Paula Vitorio na sua tese analisa o fotolivro a partir da teoria de montagem do cineasta russo Serguei Eisenstein. Daniela Bracchi estuda a Fotografia Brasileira a partir da obra de Miguel Rio Branco. Inês Bonduki em sua dissertação estuda o conceito de sequência fotográfica no universo dos livros fotográficos. Marina Feldhues Ramo, por sua vez, investiga tanto as categorias e definições, quanto a singularidade da criação dos fotolivros.

Ana Paula Vitorio
Fotolivro como montagem. Fenômenos de justaposição eisensteiniana
http://www.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1612456_2020_completo.pdf

Daniela Nery Bracchi
Fotografia Brasileira Contemporânea a partir de Miguel Rio Branco
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-18052015-144956/publico/2014_DanielaNeryBracchi_VOrig.pdf

Inês Bonduki
O conceito de sequência de Nathan Lyons
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-20092016-153102/publico/InesPereiraCoelhoBondukiVOLUME3.pdf

Marina Feldhues
Conhecer fotolivros: (in)definições, histórias e processos de produção
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/28352/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O%20Marina%20Feldhues%20Ramos.pdf

# fotolivro e sua nomenclatura

Quem se interessa pelo tema encontrará nos artigos abaixo farto material para reflexão:

Fotolivro ou livro de artista? Eis a questão
Letícia Lampert
http://www.dobrasvisuais.com.br/2015/06/fotolivro-ou-livro-de-artista-eis-a-questao-por-leticia-lampert/

A faceta travestida do livro fotográfico
Paulo Silveira
http://anpap.org.br/anais/2015/comites/chtca/paulo_silveira.pdf

Sobre fantasmas e nomenclaturas [parte 3]: fotolivros
Ronaldo Entler
http://www.iconica.com.br/site/sobre-fantasmas-e-nomenclaturas-parte-3-fotolivros/

# Juan Esteves Photos&Reviews

Página do Facebook que, embora não seja específica, estabeleceu-se ao longo dos anos como um espaço crítico para as publicações fotográficas.

# revista studium n. 40

A extinta revista on-line do departamento de artes da Unicamp, na sua edição de dezembro 2018, editada pelos professores Fernando de Tacca (Unicamp) e Antonio Ansón (Universidad de Zaragoza), teve como tema a relação entre fotografia, literatura e o fotolivro. Miguel Del Castillo aborda a relação entre a fotografia e a literatura nos livros de Maureen Bisilliat. Fernando de Tacca, por sua vez, recuperou a história da coleção espanhola Palabra e Imagen, publicada pelo Editorial Lumen (Barcelona) nos anos 1960 e 1970, que reunia fotografia e literatura.
https://www.studium.iar.unicamp.br/40/index.html

# revista zum

Seu site publica regularmente artigos, entre resenhas e reflexões mais ampla sobre o fotolivro, formando, assim, uma base de dados importante da produção recente. Para citar apenas dois artigos disponíveis:

Rony Martz, em Zines e fotografia: uma história de resistência em tempos digitais, aborda de maneira ampla o importante o legado dos zines para a história das publicações fotográficas e da própria da fotografia.
https://revistazum.com.br/radar/zines-fotografia/

Ronaldo Entler, em Notas sobre o atrito entre o livro e a fotografia, analisa a fricção produzida no encontro do objeto livro e a fotografia, por meio da análise de obras recentes.
https://revistazum.com.br/colunistas/livro-e-a-fotografia/

# Série Pretexto. Edição: Publicações Fotográficas

Publicação organizada por Fernanda Grigolin[17], reúne ensaios críticos e visuais e aborda a publicação fotográfica desde um ponto de vista da produção independente e dos circuitos não hegemônicos. A publicação traz textos da própria organizadora, além de Paulo Silveira, Mariano Klautau, Fernando de Tacca, Julieta Scardó, uma conversa com as fotógrafas Daniela de Moraes, Inês Bonduki e Priscilla Buhr e ensaios visuais de José Diniz, Denise Gadelha, Walter Costa, Fábio Messias, Leticia Lampert, Ana Lira e Morelos León.
https://tendadelivros.org/wp-content/uploads/2020/04/SERIE_PRETEXTO_EDICAO_PUBLICACOES_FOTOGR.pdf

 


[1] Alex Sweetman. Photographic Books to Photobook-work: 140 Years of Photography in Publication. Riverside: California Museum of Photography, 1986.

[2] Carol Armstrong. Scenes in a Library: Reading the Photograph in the Book, 1843-1875. [S.l.]: MIT Press, 1998.

[3] Horacio Fernández (org.). Fotografia Publica: Photography in Print 1919-1939. Madri: Aldeasa; Museo Reina Sofía, 1999.

[4] Olivier Lugon. Avant la “forme tableau”. Édudes Photographiques, n 25. Disponível em: https://journals.openedition.org/etudesphotographiques/3039, consultado em 20 fev. 2021

[5] Andrew Roth (org.). The Book of 101 Books: Seminal Photographic Books of the Twentieth Century. [S.l.]: PPP Editions, 2001.

[6] Andrew Roth (ed.). The Open Book: a History of the Photographic Book From 1878 to the Present. Göteborg, Hasselblad Center, 2004.

[7] Gerry Badger e Martin Parr (org.). The Photobook: A History. 3 vols. [S.l.]: Phaidon, 2004, 2006 e 2014.

[8] David Campany. The “Photobook”: What’s in a name? Photobook Review, n. 7, 2014.

[9] Horácio Fernandez (org.). Fotolivros latinoa-americanos. São Paulo: CosacNaify, 2011.

[10] Darius D. Himes; Mary Virginia Swanson. Publish Your Photography Book. [S.l.]: Princeton Architectural Press, 2011.

[11] Patrizia di Bello; Colette Wilson; Hamoon Zamir (orgs.). The Photobook: From Talbot to Ruscha and Beyond. [S.l.]: I. B. Tauris & Company, 2012.

[12] Christian Bouqueret. Paris, les livres de photographie des années 20 aux années 50. [S.l.]: Grund, 2012.

[13] Fenómeno Fotolibro. 3 vols. [S.l.]: RM editorial, 2017.

[14] Horacio Fernández. A biblioteca é o museu. [S.l]: RM editorial, 2017. (col. Fenómeno Fotolibro.)

[15] David Campany. A review of Martin Parr & Gerry Badger’s The Photobook: a History, volume III (Phaidon, 2014). Photobook Review, n. 7, 2014. Primeiro publicado na Source magazine.

[16] Leonardo Wen; Renata Barale. Pesquisa por “tipo de publicação”: categorias e definições. Disponível em: https://www.livrosdefotografia.org/artigos/5984/pesquisa-por-tipo-de-publicacao-categorias-e-definicoes, consultado em 14 mar. 2021.

[17] Fernanda Grigolin. Publicações Fotográficas. [S.l]: Tenda de Livros, 2016. (Série Pretexto.)

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curador e editor. Mestre em Arquitetura (École National Superièure d’Architecture Paris Malaquais) e Arte Contemporânea/Fotografia (Université Paris 8). Fundou a alter edições, editora independente especializada em livros fotográficos. Atualmente coordena o Grupo de Estudos em Narrativas Visuais na Casa Contemporânea (São Paulo).

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